quarta-feira, 1 de março de 2023

POETIZE 2023

A BIBLIOTECA JOSÉ DE ANCHIETA realiza projeto em reverência ao DIA MUNDIAL DA POESIA, 21 de março, em homenagem aos 200 anos de GONÇALVES DIAS.

Gonçalves Dias foi um dos maiores poetas da primeira geração romântica do Brasil. Foi patrono da cadeira 15 na Academia Brasileira de Letras (ABL).

Lembrado como poeta indianista, ele escreveu sobre temas relacionados à figura do índio. Além de poeta, ele foi jornalista, advogado e etnólogo.


Biografia

Antônio Gonçalves Dias nasceu em 10 de agosto de1823 na cidade de Caxias, Maranhão. 
Ingressou na Universidade de Coimbra em 1840, formando-se em Direito. Em 1845, retorna ao Brasil e publica a obra Primeiros Contos". É nomeado Professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro.

Ali, na época capital do Brasil, ele trabalhou como jornalista e crítico literário nos jornais: Jornal do Commercio, Gazeta Oficial, Correio da Tarde e Sentinela da Monarquia.

Também foi um dos fundadores da Revista Guanabara, importante veículo de divulgação dos ideais românticos. Em 1851 publica o livro "Últimos Cantos".

Nessa época conhece Ana Amélia, mas por ser mestiço, a família dela não permitiu o casamento. Assim, casa-se com Olímpia da Costa, com quem não era feliz.

Em 1854 parte para a Europa e encontra sua Ana Amélia, já então casada. Desse encontro nasce o poema Ainda uma vez-adeus!”.

Em 1864, depois de uma temporada na Europa para tratamento de saúde, embarca de volta a sua terra natal, ainda debilitado.

No dia 3 de novembro de 1864 o navio em que estava naufraga. O poeta falece próximo ao município de Guimarães, Maranhão, aos 41 anos de idade.


Principais Obras e Características


Obras Indianistas

O indianismo marcou a primeira fase do romantismo no Brasil. Com isso, diversos escritores focaram na figura do índio idealizado.

Além desses temas, as obras desse primeiro momento também apresentavam um caráter muito nacionalista e patriótico. Por isso, essa fase ficou conhecida pelo binômio indianismo-nacionalismo.

Da obra indianista de Gonçalves Dias destacam-se: Canção do Tamoio; I-Juca-Pirama; Leito de folhas verdes; Canto do Piaga.

Obras Lírico amorosas

Nessa fase Gonçalves Dias exaltou o amor, a tristeza, a saudade e a melancolia. De sua obra poética merecem destaque: Se se morre de amor; Canção do exílio; Sextilhas de Frei Antão.

Seus livros são: Primeiros Cantos; Segundos Cantos; Últimos e Cantos.

Canção do Exílio

Sem dúvidas, Canção do Exílio é um dos poemas mais emblemáticos do escritor. Publicado em 1857, nesse poema Gonçalves Dias expressou a solidão e a saudade que sentia da sua terra quando esteve em Portugal. Neste ano, comemoramos os 180 anos da sua criação.

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


Poemas

Confira abaixo também alguns trechos dos melhores poemas de Gonçalves Dias:

Canção do Tamoio

Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.

Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.


I-Juca-Pirama

Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.

Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.


Se se morre de Amor

Se se morre de amor! — Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n'alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve, e no que vê prazer alcança!

(...)

Esse, que sobrevive à própria ruína,
Ao seu viver do coração, — às gratas
Ilusões, quando em leito solitário,
Entre as sombras da noite, em larga insônia,
Devaneando, a futurar venturas,
Mostra-se e brinca a apetecida imagem;
Esse, que à dor tamanha não sucumbe,
Inveja a quem na sepultura encontra
Dos males seus o desejado termo!


POETIZE! 

                      AGORA É A SUA VEZ!

Releia CANÇÃO DO EXÍLIO e produza uma paródia bem interessante deste poema. Você concorrerá aos seguintes prêmios :

3° lugar: Pix no valor de R$50.00 + prêmio de participação

2° lugar: Pix no valor de R$100.00 + prêmio de participação

3° lugar: pix no valor de R$150.00 + prêmio de participação

*Os 10 melhores textos selecionados receberão prêmios de participação.

*Qualquer tentativa de plágio desclassificará a produção de texto.




Fique de olho no cronograma:


10 de março- último dia para você entregar a sua paródia à Biblioteca José de Anchieta

17 de março- Publicação dos 10 melhores textos neste blog para serem votados pelo público.

ATENÇÃO: CADA VISITANTE OU SEGUIDOR DO BLOG SÓ PODERÁ VOTAR UMA ÚNICA VEZ , deixando nos COMENTÁRIOS DA PÁGINA o número referente ao poema escolhido.

21 de março: As 3 paródias mais votadas serão premiadas conforme já citado com direito a fotos aqui no blog!






Este trecho é um exemplo de uma construção feita por Oswald de Andrade parodiando  o poema  Canção do Exílio, uma mais obras literárias que mais alcançou versões através dos recursos de paródia e paráfrase.



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